Sobre a brevidade da vida

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Encontrei nosso motorhome online. Vi algumas fotos dele num app e voei com Max de Miami a Houston para conferir. Era muito maior do que eu pensava; nunca dirigi algo tão grande e, se decidisse comprá-lo, teria que já sair pilotando 1.500 milhas neste monstro de mais de 13 mil toneladas.

Vi que a marca se chamava Sêneca e  me lembrei do outro Sêneca, o filósofo estoico romano que escreveu o livro Sobre a Brevidade Da Vida e disse: “Não se deve julgar que alguém viveu muito por causa dos cabelos brancos e rugas: ele não viveu muito, ele só existiu por muito tempo”.

Um bom sinal. Acabei comprando.

Max e eu voltamos em direção à Flórida e, depois de nove horas dirigindo, paramos no estacionamento de um supermercado para passar a noite. Nossa primeira noite na estrada! Não sabíamos como ligar o aquecedor e algumas das luzes nem por que outras piscavam no painel de controle. Mas foi ótimo!

Na nossa segunda semana morando no RV, participamos de uma aula chamada “Como Morar em um Motorhome”, pra pegar algumas dicas. Primeiro, vendemos a casa, compramos o caminhão para morar com toda a família dentro, e só então estávamos descobrindo como a coisa toda funciona. Estou feliz que tenhamos feito as coisas exatamente nessa ordem. Normalmente, eu não acreditaria que estava pronto para tomar uma decisão como aquela. Minha mente diria que as condições ainda não eram perfeitas, que eu tinha que ler mais livros sobre o assunto, economizar mais dinheiro. Que eu tinha que estar melhor preparado antes de dar o salto.

Quase todos nós queremos ser livres para viver nossas vidas do jeito que desejamos. Quase todos nós queremos a liberdade de trabalhar em algo em que somos pagos por nossos dons, paixões e habilidades – não por produtividade, metas ou dia trabalhado. Mas, na maioria das vezes, esperamos por alguma confirmação externa. Da conta do banco, do patrão, de amigos. Como a criança que espera pela autorização do professor para poder sair da sala de aula.

“Depois que eu ganhar mais dinheiro”, “depois que as crianças saírem de casa” ou “depois que eu pagar minhas dívidas”, dizemos. Mas estou começando a aprender que a verdade é que as condições nunca serão perfeitas. Nunca terei 100% de certeza de que tudo vai dar certo. Estou aprendendo que esse perfeccionismo é apenas mais um nome para o medo que vive na minha cabeça e tentou me manter dentro de uma vida confortável, mas limitada.

As pessoas que vivem com medo dirão que “normal” é você continuar a fazer o que está fazendo. E a inércia dirá que este é o caminho mais fácil. Mas eu sei que se eu quiser criar experiências  realmente incríveis na minha vida, isso exigirá um pouco de coragem. Todos os dias tento lidar com esse medo.

Os amigos dirão que é ilógico mudar sua vida imediatamente. Pode até ser. Mas a lógica funciona em um contexto baseado nas crenças atuais das pessoas. Não num vazio. Praticamente todos os grandes erros cometidos pela humanidade – desde a escravidão até a declaração de guerras, passando pela Fanta Uva e as continuações do filme Matrix – foram baseados em algum tipo de lógica na opinião das pessoas que os cometeram. A única maneira é darmos o salto antes de estarmos prontos.

E desafiar a lógica e a cautela.


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Abração,

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Há alguns anos eu saí de casa, fechei minha empresa, tirei as crianças da escola e passei a viver com minha esposa e cinco filhos rodando num motorhome.

Eu continuo sem nenhuma ideia de onde vamos parar – mas aos poucos estou aprendendo a ficar ok com isso.

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